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Detachment & Bolinhos de Chuva

Detachment, no Brasil: “O Substituto”, é um filme dirigido por Tom Kaye, o mesmo de “A outra história americana”, que é um dos meus filmes favoritos, quem poderia esquecer aquele belo papel de Edward Norton como o nazista/racista e que depois demonstra tamanho arrependimento e luta para que o irmão não trilhe o mesmo caminho? Kaye consegue construir cenas tão profundas e impactantes, além de sempre explorar assuntos polêmicos e que vão intrigar o telespectador, que começará a se indagar sobre a sua própria vida e como se comporta perante a sociedade.

E nunca me senti tão profundo e ao mesmo tempo tão alheio de mim e tão presente no mundo.
(Albert Camus)

Eu gosto de analisar o título orignal dos filmes, porque na real, temos tanta diferença quando eles chegam por aqui, que é assustador. Mas já falei disso outras vezes e minha pequena revolta sobre os tradutores. Na realidade a culpa não é dos tradutores e sim das produtoras, que procuram o título mais chamativo e comercial, para que possa ”vender” mais. Enfim, “Detachment” traduzindo literalmente, quer dizer: Indiferença, desapego. E temos então para nossa língua “O Substituto” – pois a personagem de Adrien Brody é um professor substituto. Humrum.

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Bom, voltando ao filme, ele conta a história de Henry Bates (Adrien Brody) um homem na casa dos 30 e poucos anos que acredita na real função de um professor: ajudar as crianças e adolescentes em sua formação, auxiliar essas pequenas criaturas em desenvolvimento, a entender um pouco o mundo que as cerca e dar apoio as confusões psicológicas e morais que essa fase traz ao ser humano. O que deveria ser, a meu ver, o pensamento de todo educador. Porém, o que vemos no início do filme, são alguns depoimentos de pessoas que se tornaram professores. Não há essa ideia que Henry tem. Alguns se tornam professores porque eram cobrados pelos pais em ter alguma profissão, outros porque acharam que era melhor ser professor do que motorista de ônibus e não aquele propósito de formar cidadãos melhores.

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Em contrapartida, Bates não gosta de se envolver com ninguém com quem trabalha. Tanto alunos, como outros professores, por isso, ele sempre é um professor substituto. Ele chega do nada, passa alguns meses junto com os alunos e o corpo docente, depois se vai. Talvez seja como uma proteção pessoal, para que continue agindo da forma que ele acha correta. Fiquei a pensar, que muitas vezes conseguimos dar o melhor de nós em pouco tempo, depois vira rotina, cai no lugar-comum, e assim, não faz tanto efeito quanto deveria. (divagações minhas).

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Ele começa a trabalhar em uma nova escola e é nesse momento que 3 mulheres acabam atravessando o seu caminho. Esse convívio começa a mudar a vida dele. O desapego que ele tem com as coisas e situações começa a ser mudado quando uma professora, uma aluna e uma menina, que ele tira da rua e leva para morar em sua casa, trazem algum sentido a sua vida até então vazia de grandes sentimentos. É aquela velha história de que se vive sempre no limite. No vazio da rotina dos dias. Por vezes, algo aparece do nada e muda tudo isso. Será que até então ele dava valor para o que fazia? O quanto ele fazia diferença na vida daqueles alunos e pessoas?

Independentemente do que tenha em mente, digo que há sentimento. Estou sendo honesto comigo mesmo. Sou jovem e estou velho. Tenho sido comprado e vendido tantas vezes. Sou difícil de encarar. Estou sumido. Sou simplesmente como você.

Adrien Brody em um dos seus melhores papéis, se é que é possível escolher um, se entrega totalmente ao espírito da personagem, com um olhar melancólico e conseguindo dar vida a ideia do diretor, nessa crítica social imensa à catástrofe que andam as instituições de ensino. Não é um filme fácil, mas certamente, ele te fará pensar na vida, nas pessoas que te rodeiam e de como leva a sua existência, sempre tentando plantar a semente de que é preciso fazer a diferença e não apenas passar a vida em vão.

Trailer

No filme, uma das alunas de Henry faz bolinhos para vender em um evento da escola. São cupcakes. Porém, eu resolvi combinar aqui com esse filme uma receita de bolinhos de chuva. Porque eu acho que bolinhos de chuva são melancólicos e nostálgicos, sendo assim, combinam muito com esse filme. Nada melhor que uma travessa cheia deles para vislumbrar tal película. Vamos a receita?

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Bolinhos de Chuva

Preparo: 30 min
Cozimento: 15 min
Rende: 15-20 un

Ingredientes

  • 1 ovo
  • 1/2 colher de sopa de manteiga derretida
  • 1/2 xícara de açúcar
  • 2 xícaras de farinha de trigo
  • 1/2 xícara de leite
  • 1 pitadinha de sal
  • 1 colher de café de fermento em pó Óleo para fritar Açúcar e canela em pó para polvilhar
  • Óleo para fritar Açúcar e canela em pó para polvilhar
  • Açúcar e canela em pó para polvilhar

Modo de Fazer

  1. Bata o ovo como se fosse para um omelete, junte a manteiga derretida e adicione metade do leite. Coloque metade da farinha e bata. Pode bater com um fouet, mas eu ainda prefiro bater com um garfo. Junte o restante do leite, o sal e a farinha que sobrou. Volte a bater. Por fim, adicione o fermento em pó e mexa devagar. Aqueça o óleo em uma panela. Costumo usar uma panela pequena para que seja usado menos óleo, pois os bolinhos terão que ficar submersos no líquido. Com o auxílio de duas colheres, vá colocando pequenas porções da massa para fritar. O óleo deve estar quente, porém, em fogo bem baixo, pois assim, você terá bolinhos dourados por fora e cozidos por dentro. Geralmente quando eles cozinham de um lado, viram sozinhos. É muito engraçadinho, praticamente uma dança deles na panela. Gosto de ficar olhando, acho poético. Quando estiverem dourados de ambos os lados, escorra com uma escumadeira e coloque em uma travessa com papel toalha. Depois de fritar todos os bolinhos, pegue uma outra tigela e coloque um pouco de açúcar com canela. Passe os bolinhos nessa mistura, faça um chá ou um café e vá para frente da tv assistir um bom filme.

A dona da cozinha.

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